É pena, mas a verdade é que as leguminosas perderam lugar à mesa. Alimentos como o feijão, o grão-de-bico, as lentilhas, as favas, o feijão de soja, as ervilhas, eventualmente por serem “pequeninos”, são muitas vezes esquecidos. Contribui para tal o facto de se continuar a pensar que as leguminosas engordam; que são “pesadas”; que não são adequadas a crianças e que, portanto, não vale a pena incluí-las nas refeições familiares; que as leguminosas secas têm uma preparação demorada porque têm de ser demolhadas e apresentam um elevado tempo de cozedura; porque têm um sabor pouco agradável ou não sabem a nada…
Vamos à contra-argumentação?
As leguminosas proporcionam uma combinação única de proteínas, hidratos de carbono, fibra, vitaminas e minerais.
De todos os produtos vegetais as leguminosas são os melhores fornecedores de proteína vegetal. Em média, possuem entre 20 a 25% de proteínas.
Ao contrário de outras fontes proteicas, as leguminosas têm um baixo teor de gordura e não contêm colesterol. Incluí-las na alimentação é uma boa forma de diminuir o consumo de carne.
Fornecem hidratos de carbono complexos e são excelentes fontes de fibra. Consumir leguminosas contribui para maiores níveis de saciedade (ajudando a uma melhor gestão do peso), para manter os níveis de açúcar no sangue (desejável nos diabéticos), para a diminuição do colesterol sanguíneo e a um melhor funcionamento do trânsito intestinal (previne-se a obstipação)
São fontes de vitaminas e minerais como o ácido fólico, potássio, ferro, magnésio, tiamina (vit. B1), zinco, fósforo.
Vários estudos indicam que o consumo de leguminosas diminui o risco de doenças cardiovasculares e de vários tipos de cancro.
A partir de 1 ano de idade as leguminosas devem fazer parte da alimentação das crianças, dada a sua riqueza nutricional.
Demolhar as leguminosas durante várias horas antes de serem cozinhadas e em diferentes águas ajuda a que libertem as substâncias naturais que podem provocar flatulência e dificuldades digestivas em pessoas susceptíveis.
Se utilizar a panela de pressão a sua cozedura é mais rápida. E pode sempre optar pelas leguminosas enlatadas, que são cozidas dentro da lata apenas em água e sal, sem corantes nem conservantes.
São económicas.
Quase sempre disponíveis, fáceis de armazenar e cozinhar e de preço acessível, as leguminosas são boas alternativas para vegetarianos ou para quem deseje reduzir a ingestão de gorduras animais, já que são importantes fontes de proteínas. São também hidratos de carbono que libertam açúcar lentamente, evitando o aumento súbito do nível de açúcar no sangue e a oscilação dos níveis de energia e do humor. Pelo contrario, são uma fonte de energia constante, mantendo estáveis os níveis de açúcar no sangue.
A questão dos estrogénios
As leguminosas contêm fitoestrogénios – substâncias químicas de origem vegetal que se assemelham às hormonas estrogénicas (femininas). Estes fitoestrogénios têm um efeito estabilizador no ciclo menstrual e pensa-se que ajudam a regular as menstruações e a aliviar a síndroma pré-menstrual e os sintomas da menopausa, como afrontamentos ou suores nocturnos.
Utilizam-se cada vez mais como alternativa à terapia de substituição hormonal. Têm vindo a aumentar o número de provas de que as leguminosas reduzem o risco de cancro da mama e protegem contra os fibromiomas (tumores benignos do útero, com maior incidência em mulheres com mais de 35 anos, na pré-menopausa e sem filhos).
Riqueza mineral
Na sua maioria, as leguminosas são ricas em minerais, entre os quais ferro, potássio, selénio, cálcio, manganés, magnésio e ácido fólico. Contribuem para aumentar as bactérias benéficas no intestino que auxiliam a digestão, são importantes nas dietas de desintoxicação, purificam o sangue e diminuem os níveis de colesterol no sangue. As lentilhas contêm uma série de vitaminas do complexo B que ajudam a estabilizar a tensão arterial e, sendo anti-inflamatórias, são benéficas na artrite reumatóide. O grão-de-bico é indicado para quem sofre de cálculos renais.
Escolher e guardar
As leguminosas devem ser compradas em lojas que escoam facilmente os produtos: quanto mais velhas, mais tempo levam a cozinhar. Guarde-as em embalagens herméticas, em local fresco e de preferência escuro, já que a exposição à luz lhes retira nutrientes. Consuma-as no prazo de seis meses. Antes de as cozinhar, escolha-as e lave-as bem, pois podem trazer pedras misturadas.
O tempo que as leguminosas levam a demolhar e a cozinhar varia, mas pode reduzir o tempo de demolhar. Leve-as a ferver alguns minutos e deixe repousar durante uma hora antes de as cozinhar (pode utilizar a panela de pressão). Coza-as em água sem sal (pode usar a água da cozedura em sopas ou caldos).
Leia sempre as instruções da embalagem; o feijão-encarnado deve cozer um mínimo de 15 minutos para neutralizar as toxinas. O feijão enlatado contém menos nutrientes do que o seco, para além da adicção de açúcar. Leia o rótulo com atenção. As leguminosas podem provocar flatulência. Para evitar este efeito indesejável, misture-as com salsa, funcho, gengibre ou pimenta-de-caiena.
Benefícios:
+ Melhoram a função intestinal
+ Reduzem os sintomas da menopausa e da síndroma pré-menstrual e o risco de fibromiomas
+ Reduzem o risco de cancro da mama
+ Reduzem o colesterol
+ Aliviam os sintomas de cálculos renais
+ Aliviam a artrite reumatóide
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A preparação das leguminosas:
A maior parte das leguminosas, em especial as secas, devem ser demolhadas, por forma tornarem-se mais digeríveis e evitar alterações do funcionamento intestinal, tal como flatulência. A tabela seguinte pode fornecer uma ajuda na preparação das leguminosas:
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Conheça as leguminosas:
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