Posts Tagged ‘crueldade’

Anima nobili x Anima vili: nós, os senhores do universo e os outros animais, nossos escravos…

por Paula Brügger

Diversos autores1 têm demonstrado, de forma contundente, como são problemáticos os dados provenientes da vivissecção – a realização de operações ou estudos em animais vivos para a observação de determinados fenômenos. Sob o ponto de vista ético a vivissecção é ainda mais insustentável, embora seus praticantes insistam em defendê-la se valendo de argumentos que, em maior ou menor grau, são improcedentes2. O mais comum e tosco deles – repetido ad nauseam – geralmente se expressa na famosa pergunta: – se não testarmos em animais testaremos em pessoas, ou em criancinhas? (como se não existissem alternativas ou métodos substitutivos e como se os seres humanos não fizessem parte de etapa alguma da pesquisa, entre outras considerações). Continuar a ler

Abolicionismo Animal

Texto sobre Abolicionismo Animal feito para a apostila do 1° Educaveg – reunião de veganos, vegetarianos e onívoros de Assis e região, realizada pelo coletivo V.I.D.A. (Veículo de Intervenção pelo Direito Animal) em conjunto com a Fábrica da Leitura

Assim como o racismo afirma a superioridade de um grupo racial sobre outro, e o sexismo a superioridade de um sexo perante outro, o termo ESPECISMO significa julgarmos uma espécie superior a outra. Na escravidão animal, o especismo qualifica e justifica a exploração de animais não-humanos por animais humanos. Assim como os brancos tentaram impor-se sobre os negros (racismo), ou os homens sobre as mulheres (sexismo), hoje nós, humanos, tentamos nos impor sobre outras espécies de animais não-humanas. Tornando-as simples objetos e mercadorias, sem valor inerente, ou seja, o valor de suas vidas está diretamente relacionado ao uso que nós fazemos dela. Deixamos, portanto, de considerar o interesse desses animais em sua própria vida e liberdade. Continuar a ler

Os animais têm que permanecer amarrados

por Marcio de Almeida Bueno

Pois os humanos têm o estranho fascínio de conter os animais não-humanos, acorrentar, acoleirar, prender, confinar, amarrar, colocar grilhões, cabresto, para impedir a livre movimentação. Para impedir que vá embora. Para manter dentro das fronteiras de sua propriedade. Para a ave que ainda pode escolher a rota de vôo, e especificamente pode voar, há uma que vê o mundo através das gradezinhas de um aquário – uma gaiola, olho como o derradeiro fiapo de liberdade. Cardumes rodam sem mapa de navegação, mas os atuns já ganharam seu chiqueiro, para que não saiam das bordas de um proprietário, tolhidos da possibilidade de, oceano extenso, ir em frente. Mas não se permite. Continuar a ler

Comer carne é cultural

Sujeitar os animais a situações incrivelmente horrorosas usando como justificativas fatores “biológicos”, “evolutivos”, e “nutricionais” é tão válido cientificamente quanto os argumentos que justificaram por séculos (e ainda persistem em alguns lugares) a escravidão dos negros, a perseguição aos judeus, a descriminação das mulheres, a proibição religiosa da doação de órgãos, medula, transfusão de sangue, métodos contraceptivos, etc…

Comer carne é cultural. Dá ao ser humano, que antes era limitado ao branco, europeu, rico (tudo no masculino), a sensação de controlar as outras espécies que compartilham a vida neste planeta. A mesma sensação que sustenta os fanatismos religiosos, a opressão de regimes absolutistas e surtos de histeria coletiva que acabam em manchetes sangrentas e escandalosas no nosso dia-a-dia de banalização moral.

O corpo humano foi desenvolvido para alimentar-se de praticamente tudo que existe no planeta. Isso é adaptação. Significa que se um ser humano precisar matar e alimentar-se de outro para sobreviver, será possível. Possível, não necessário. Em certas culturas isso é cotidiano. Tem sentido próprio e reconhece que a fisiologia humana é muito mais adaptada a dietas vegetarianas (faça a comparação entre as mandíbulas, intestinos, PH estomacal, mãos, faro, glândulas digestoras e hábitos sociais de um leão e de um cavalo).

Comer carne não se limita a comer carne. Seria como concordar com as profecias bíblicas que condenam 90% dos costumes ocidentais e sair por aí matando em nome de Deus, dizendo que não se trata de assassinato, mas de “fé”.

Aliás, deixar de comer carne também é cultural. Em grande parte dos lugares onde não existe o hábito de alimentar-se de animais mortos (ou vivos), existe um surpreendente teor de consciência ecológica e respeito à vida. Em outros lugares, como é o caso do Brasil (o maior exportador de carne de todo o mundo), vai ser difícil alcançar esse nível, mas ele não é necessário, porque a outra parte de não comer carne trata-se mais de inteligência do que de cultura.

Enquanto ficamos por aí debatendo sobre a reforma agrária, as invasões do MST, o latifundiarismo, a miséria, a fome, a subnutrição, a devastação das florestas, as queimadas, a concentração de renda, a capitalização internacional de riquezas e o descaso com o meio ambiente, esquecemos de que o consumo de carne está por trás disso

A população bovina no Brasil (cerca de 200mi) é maior que a população humana (cerca de 190mi), isso sem contar as aves, suínos e caprinos “cultivados” para corte. Os cereais usados para alimentar este rebanho colossal seria mais do que suficiente para alimentar a população humana da América Latina. Os pastos usados tanto na criação de gado de corte quanto no cultivo agrícola para alimentá-los seriam mais do que o necessário para garantir que todo brasileiro tivesse um pedaço considerável de terra para morar – ou continuariam a exercer seu vital papel no equilíbrio ambiental do planeta como florestas tropicais.

Da água doce que se encontra disponível para uso do ser humano no planeta (menos de 0,03% da água superficial da Terra), 80% é usada para fins agrícolas. Escovar os dentes com a torneira aberta não é nada, nada mesmo, comparado a comer carne.

Comer carne é cultural. E reflete a cultura de um povo que pensa a curto prazo, usando indiscriminadamente recursos naturais, condenando o futuro e falsificando consciência sustentável, revelando-se completamente egoísta, alheio às necessidades das pessoas ao redor.

A violência é cultural. Animais que se alimentam de carne são violentos, territorialistas, hostis ao convívio próximo de outras espécies. Ou dominam ou são dominados. A sobrevivência dos animais carnívoros depende disso. A sobrevivência do ser humano não!

Como esperar que um povo compreenda o absurdo de condenar milhões de vidas inocentes à dor e sofrimento? É cultural. Soa cármico. Em algum lugar deve estar escrito, sob assinatura de forças divinas, que quem não tem dinheiro (e isso inclui animais humanos e não-humanos) nasceu fadado e condenado à gula mercenária desse estranho animal que mata e deixa morrer por prazer.

Luis Felipe Valle
Abril de 2010

Carnismo: um sistema ideológico
Um dos conceitos chaves do movimento de direitos animais é o especismo, ou seja, o mito criado pelos humanos que os faz crer que sua espécie é superior a todas as outras. O termo foi criado pelo filósofo britânico Tom Regan e é amplamente difundido hoje.
Agora a escritora e psicóloga americana Dra. Melanie Joy (foto) propõe um novo termo, que ela chamou de carnismo, como mais um instrumento de análise e desconstrução do sistema ideológico que cria a ilusão de que o hábito de comer carne é o estado natural da dieta humana.
Em seu livro Why We Love Dogs, Eat Pigs, and Wear Cows: An Introduction to Carnism (Porque Nós Amamos Cães, Comemos Porcos e Vestimos Vacas: Uma Introdução ao Carnismo), a doutora Melanie argumenta que o consumo de produtos animais é uma sistema de crença invisível continuamente reforçado por muitas sociedades ocidentais e por isso “carnismo” – a prática quase inconsciente de comer carne – não é parte do vocabulário como o vegetarianismo é. A escolha de comer carne não é rotulada em nossa sociedade, portanto ela passa sem questionamento. Em seu livro, Melanie tenta explicar não porque nós não deveríamos comer carne, mas sim porque nós o fazemos.
“O carnismo nos ensina a não sentir quando se trata de comer os animais que consumimos”, ela diz em seu livro. “Nosso modo natural de responder aos outros animais parece ser baseado em empatia. Sociedades que comem carne em todo o mundo escolhem algumas espécies e consideram repelente a idéia de comer outras. Isso porque o carnismo bloqueia nossa consciência e empatia quando se trata de espécies que consideramos comestíveis.”
Em uma recente entrevista ao blog SuperVegan, a doutora Melanie disse que “carnismo é uma sub-ideologia do especismo, assim como anti-semitismo, por exemplo, é uma subideologia do racismo. É importante nomear e entender ideologias específicas porque embora todas provenham de uma ideologia mais ampla, elas têm algumas características distintas que devem ser entendidas e abordadas diretamente.”
A autora diz que escreveu seu livro para os carnistas “porque ela queria ter um livro que falasse com comedores de carne e não fosse apenas sobre a realidade da produção de carne, sobre o qual já existem muitos títulos”. Ela acrescenta que quis convidar os comedores de carne para o debate e explicar para eles porque eles comem carne.
Ela se defende dos críticos que dizem que o termo especista já engloba o que ela chama de carnismo e que a criação de um novo termo seria uma distração desnecessária. “Considere, por exemplo, como o patriarquismo influencia o heterossexismo mas que no entanto o heterossexismo tem características específicas que fazem dele uma expressão única do patriarquismo. Como o consumo de carne causa mais sofrimento animal do que todas as outras formas de exploração animal juntas, faz sentido focar no carnismo como uma ideologia separada do, porém conectada ao, especismo.”
A doutora Melanie acrescenta que uma diferença fundamental entre especismo e carnismo é que o carnismo é uma expressão altamente pessoal do especismo. “Incorporar animais não humanos no nosso corpo é, em geral, o contato mais freqüente e íntimo que os humanos têm com outras espécies. Comer animais, portanto, determina como pensamos sobre, e nos relacionamos com, outros seres. Como podemos imaginar qualquer tipo de igualdade entre as espécies se continuarmos a comer animais simplesmente porque gostamos do seu sabor?”
Os argumentos da doutora Melanie formam um sistema convincente para os pensadores do veganismo e ativistas em geral. É importante ver que todas as formas de exploração são facilitadas pelos mesmos mecanismos e um reforça o outro. A mentalidade que coloca o sistema reprodutivo feminino nas mãos do legislativo e que moldou uma “cultura de estupro” onde misóginos como Eminem são celebrados não é tão diferente da mentalidade que legitimiza o confinamento de milhões de suínas onde elas são engravidadas a força ao longo de suas vidas simplesmente para que seus filhos se tornem, por exemplo, a cobertura de uma pizza de pepperoni.

Referências:

Website da doutora Melanie Joy: http://www.melaniejoy.org
Bitch Magazine: http://bitchmagazine.org/post/the-biotic-woman-a-conversation-about-carnism-with-melanie-joy-pt-1
SuperVegan: http://supervegan.com/blog/entry.php?id=1464
Grupo no Facebook: http://www.facebook.com/group.php?gid=174553683955&ref=share&v=info

Video promocional do livro:

Vanguarda Abolicionista faz protesto no 1º de Maio

Fotos: Leonardo Rocha e Rafael Santini

O grupo Vanguarda Abolicionista se fez presente junto às atividades promovidas pela CUT por ocasião do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, neste sábado. No espelho d’água da Redenção, em Porto Alegre, foi montado palco para shows de hip-hop e de música gaúcha, com bandeiraço da CUT, sindicatos e partidos da esquerda, e gravação do programa de TV ‘Coisas do Sul’. Desde as 8h, houve farta distribuição de material político para o público presente, e a Vanguarda Abolicionista marcou presença com uma faixa escrito ‘Libertação Animal’ e dois banners coloridos, contra o consumo de carne e contra o uso de couro.

Os frequentadores do parque, muitos com seus animais de estimação, se mostraram simpáticos ao discurso abolicionista, apesar do estranhamento das imagens e mensagens, à primeira vista. Entre os ativistas, a nutnicionista Claudia Lulkin cativava os passantes com uma conversa provocativa mas envolvente. Uma professora aposentada parou para conversar, e contou que certa vez, em Bagé, esteve em uma palestra sobre animais, e na hora das perguntas pegou o microfone para reclamar que a palestrante usava casaco de Chinchilla. “Depois até fui advertida, por ter causado constrangimento. Mas quantos animais foram mortos só para ela usar um casaco? E depois dá palestra falando de animais”, aponta.

Populares também se aproximaram para pedir orientação em casos envolvendo animais. “Abandonaram um pitbull em frente ao Colégio Luciana de Abreu, e agora ele circula pela Jerônimo de Ornelas, com moradores de rua. Liguei para a Prefeitura e para outros órgãos, e ninguém quis se responsabilizar”, reclamou uma passante. Os ativistas tomaram nota das informações e explicaram que o resgate poderia ser feito por voluntários da proteção animal, que agem com seus próprios recursos.

O deputado estadual Raul Carrion, do PC do B, passou para cumprimentar os ativistas, e recebeu de presente um DVD do documentário ‘Não Matarás’, produzido pelo Instituto Nina Rosa. O ministro da Justiça, Tarso Genro, estava a poucos metros do local, mas não chegou a travar contato com o grupo, que já aguardava com um kit de materiais para entrega.

A mobilização se encerrou perto das 14h, com saldo positivo pelos contatos realizados e o volume de panfletos distribuído, inclusive na tradicional Feira Orgânica, que acontecia junto ao Parque da Redenção. O sábado frio, mas com Sol forte, foi dedicado aos trabalhadores humanos e, pela ação da VAL, aos não-humanos.

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Direito dos animais é alvo de preconceitos, diz promotor

“Ainda existe preconceito quando se fala em direito dos animais. Muita gente, da área jurídica inclusive, não leva a questão a sério”. A opinião é do promotor de justiça, Laerte Fernando Levai, que atua na cidade de São José dos Campos (SP). Para ele esse preconceito é fruto de uma cultura tradicional antropocêntrica, mas que está mudando lentamente e passa a aceitar a inclusão dos animais na esfera das considerações morais humanas. Porém, Levai ressalta que a questão “não é apenas jurídica, mas, sobretudo, educacional”.

Laerte Fernando Levai, autor do livro “Direito dos Animais”, editado pela Editora Mantiqueira, também elaborou uma tese jurídica que defende a criação de uma promotoria especializada na defesa animal, “capaz de estender a noção de direitos fundamentais para além dos seres humanos. Isso certamente ajudaria a corrigir uma injustiça histórica que, há séculos, recai sobre os animais”.

Levai defende que todos os animais merecem essa tutela especializada prestada pelo Ministério Público. Uma defesa irrestrita englobando silvestres, domésticos, domesticados, nativos ou exóticos. “Pouco importa, que sejam aves em risco de extinção, vacas leiteiras ou cães errantes”. E completa, “todos os animais têm direito a uma vida sem sofrimento. Considerando o cenário desolador que se vê em todo o país, em que os índices de crueldade são alarmantes, isso por si só já justificaria a criação de uma promotoria comprometida com o interesse dos animais”.

Em seu trabalho como promotor de justiça, Levai atua na área criminal, ambiental e agasalha a tutela jurídica dos animais. Especialista em bioética pela USP, é membro do Laboratório de Estudos Sobre a Intolerância, da mesma universidade.

Existe uma campanha que defende a criação da Primeira Promotoria Especializada em Defesa Animal no Estado de São Paulo. Levai está confiante no êxito desta iniciativa que representa um “grande avanço moral estender o conceito de dignidade a outros seres capazes de sentir e de sofrer”. Continuar a ler

BOICOTE o 8º Rodeio Nacional Cidade de Porto Alegre

4º Rodeio Internacional
8º Rodeio Nacional Cidade de Porto Alegre
6ª Fepoagro – Feira Agropecuária da Produção
Primária em Porto Alegre
1º Fórum Latino Americano de Tradição e Folclore

“Em Parque aberto ao público, os eventos trazem para a Capital uma das mais importantes representações da cultura gaúcha, que é o rodeio, com todas atividades esportivas, musicais e folclóricas que o acompanham. Trazem ainda uma mostra das atividades da área econômica rural de Porto Alegre, bem como do desenvolvimento do agronegócio gaúcho, pouco conhecido pela população urbana.

Destaque especial para Tiro de Laço, Gineteadas, Modalidades Artísticas, Shows e Bailes, que se realizarão dentro do Rodeio. O Rio Grande do Sul é um grande produtor de animais para esta modalidade esportiva e tem atletas de renome internacional. Estas provas atraem um público diferenciado ao Parque e possibilitam ao grande público o acesso às provas.

DATA
De 25 à 29 de março de 2009.

O LOCAL
Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, no centro de Porto Alegre, também conhecido como Parque da Harmonia, possui excelente estrutura, cancha para provas campeiras, área para acampamento, Centro Cultural com acomodação para 5 mil pessoas que pode ser usado para shows e palestras, galpões para a exposição de animais ou montagem dos estandes, redes elétrica, hidráulica e telefônica”.

via Carne Nunca Mais.

Couro é pele? É orgânico? É mais chique e resistente? Vem da vaca que se come?

vacaCOURO = PELE = MORTE!
Couro é pele que foi arrancada de um animal (muitas vezes ainda vivo, dependendo da técnica utilizada para a esfola). Couro não é artigo de luxo, é carcaça de animal morto, cheia de produtos químicos, altamente tóxicos, para esta não apodrecer.

O que sobra desta indústria do couro acaba a ser lançado às nossas terras e águas. Proveniente da exploração humana, os empregados que trabalham no curtume do couro, ficam doentes devido a esses químicos utilizados.

No entanto existem muitas alternativas: nylon, algodão, flanela, fibras sintéticas, poliester, seda sintética, etc. Saiba mais sobre o este tipo de “material”. Continuar a ler

Caça à baleia cria efeito de estufa

Caça à baleia cria efeito de estufa

Cientistas estimam que impacto do CO2 libertado em 100 anos equivale a 130 mil km de florestas destruídas.

Ao longos do último século, a caça à baleia resultou na libertação de uma quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera equivalente à destruição de 130 mil quilómetros quadrados de florestas.

A afirmação foi feita na passada quinta-feira por Andrew Pershing, um especialista norte-americano que trabalhou vários anos com uma equipa da Universidade de Maine para calcular a “pegada” de CO2 de décadas de caça industrial aos grandes cetáceos no último século.

Num encontro de ciências oceânicas, promovido pela Sociedade Norte-Americana de Geofísica, a equipa de Pershing comparou as baleias às “árvores do oceano”, devido às quantidades de CO2 acumuladas nos seus grandes corpos. Quantidades que, segundo os investigadores, eram libertadas quando os baleeiros desmanchavam os animais à superfície.

“As baleias, como qualquer outro animal ou planta do planeta, são compostas numa grande percentagem de dióxido de carbono. E quando se mata uma baleia, removendo-a do oceano, está-se a retirar o CO2 do seu sistema de armazenamento e possivelmente a libertá-lo na atmosfera”, disse o principal responsável pelo estudo.

Por outro lado, lembraram os investigadores, no passado era frequente o recurso ao óleo de baleia como combustível para as lamparinas, o que terá também potenciado a libertação de gases de efeito de estufa na atmosfera.

Em circunstâncias normais, defendeu Andrew Pershing, o CO2 contido nos corpos das baleias conserva-se por centenas ou milhares de anos nos oceanos. Estes animais são enormes, são predadores de topo, por isso a menos que sejam capturados, o mais provável é que [após a morte] deixem a sua biomassa no fundo do Oceano”, explicou.

As conclusões deste estudo foram recebidas com alguma cautela. Mesmo por especialistas ligados a organizações defensoras da natureza. Em declarações ao site noticioso russo Ria Novotsku, Vasily Spiridonov, consultor do programa para os Oceanos do World Wildlife Fund (WWF) relativizou o peso da captura de cetáceos nas alterações climáticas.

“É óbvio que a quebra dramática nas populações de baleias alterou significativamente os ecossistemas oceânicos”, admitiu. “No entanto, não creio que a caça à baleia tenha tido impacto significativo nos níveis de dióxido de carbono da atmosfera da Terra.”

Os autores do estudo reconheceram que, por comparação com outras actividades industriais desenvolvidas pelo homem, a caça à baleia teve uma expressão relativamente pequena. Porém, insistiram que o seu impacto não deve ser desvalorizado. Até por se tratar, porventura, de uma das primeiras actividades humanas com estas consequências.

Com várias espécies de baleias à beira da extinção, a Comissão Baleeira Internacional (IWC) introduziu uma moratória à caça, em 1986, de forma a permitir a recuperação das populações destes cetáceos.

Porém, pelos menos nove países são responsáveis por centenas de capturas anuais: as elhas Féroe, a Gronelândia, a Islândia, a Indonésia,a Noruega, o Japão, o Canadá, a Rússia e os Estados Unidos. Em parte destes países a pesca é justificada com tradições de grupos minoritários, enquanto noutros (como o Japão) o pretexto é a pesquisa científica.

via Caça à baleia cria efeito de estufa – Ciência – DN.

ONG Australiana denuncia criadores de cães

A organização de direitos animaisAnimal Liberation Victoria, que atua na Austrália, conseguiu chamar a atenção da mídia para as condições aberrantes em que cães são criados pela família Paxton em Beremboke para depois serem vendidos em pet shops. O resultado é que, com exceção de cinco cães, todos foram removidos do local, graças a uma ordem emitida pelo tribunal civil e administrativo de Victoria.

Segundo um artigo no jornal Geelong Advertiser, os animais foram encontrados acorrentados sem acesso a abrigo e comida, cobertos em fezes e alguns mortos. Nesses casos, seus corpos apodreciam no lugar onde haviam morrido. A publicação se juntou a campanha e pediu o fechamento desse campo de concentração de cães . O parlamentar John Brumby adicionou sua voz à campanha.

Comentário: esse episódio ilustra mais uma vez que nossos governos fecham os olhos para a ética ao permitir que esses ‘exploradores da vida’ continuem atuando. Em um mundo com uma superpopulação de animais ditos domésticos, é escandaloso que se permita a reprodução artificial de animais que inevitavelmente irão se juntar aos exércitos de animais abandonados nas ruas.

Fonte: ALF

via LOBO REPÓRTER