Você mata para comer?

Não creio, como dizem os vegetarianos, que devamos estender aos animais os mesmos direitos que temos

Você come carne? Se você respondeu “sim”, então, come animais mortos. Não é agradável pensar assim. Afinal, quase todo mundo gosta de animais. Talvez você até tenha gato ou cachorro. Mas, quando se atraca com uma feijoada, não se lembra do porco, que pode ser tão inteligente quanto cães.

Afastamos de nossos olhos a morte do que comemos. Você já esteve num matadouro? Qual foi a última vez em que viu uma galinha viva se transformar numa refeição? O que comemos costuma chegar à geladeira dentro de sacos plásticos. Fica fácil não pensar na vida que a sua comida levou. Você já tem tanta coisa para se preocupar, não é mesmo? Há uma turma, porém, que discorda. É uma pequena minoria, quase insignificante no Brasil, mas que tem um bom argumento. Se é imoral ou inaceitável matar e comer o seu melhor amigo canino, por que ser indiferente ao sofrimento e à morte da vaca e do frango? O movimento vegetariano usa a informação sobre o que decidimos ignorar para chocar e convencer. Há poucos dias recebi um e-mail do movimento No More Meat (chega de carne) com imagens de abatedouros ensanguentados, porcos num chiqueiro apertado, galinhas amontoadas, coisas assim. Era chocante, mas insuficiente para me convencer a virar vegetariano.

Concordo que os animais têm de ser criados e mortos da maneira mais humanitária possível. Mas não creio, como dizem os vegetarianos, que devamos estender aos animais os mesmos direitos que temos. Os animais podem ter algum tipo de sentimento e de inteligência, mas não têm valores morais, vivem apenas segundo seus instintos. Alguns direitos, que são uma invenção moral, são restritos aos seres humanos que os inventaram.

Sim, isso significa considerar o Homo sapiens superior aos demais animais. Há quem iguale essa minha opinião a um tipo de racismo, seria o “racismo” da espécie humana contra as demais. Posso viver com tal acusação. Solidariedade sinto pelos que realmente me são iguais.

Isso não quer dizer que não devamos melhorar os métodos de criação e abate de animais. Por razões econômicas (carne é cara e ficará cada vez mais), ambientais (consome muita água e energia) e de saúde (entope os seus vasos), todos deveríamos ser menos carnívoros. “Picanha só uma vez por semana” é o meu lema.

Fonte Destak

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Uma visão maleável de um onívaro a respeito do vegetarianimos

Postado por Edu Marques


Você come carne? Se você respondeu “sim”, então, come animais mortos. Não é agradável pensar assim. Afinal, quase todo mundo gosta de animais. Talvez você até tenha gato ou cachorro. Mas, quando se atraca com uma feijoada, não se lembra do porco, que pode ser tão inteligente quanto cães.

Afastamos de nossos olhos a morte do que comemos. Você já esteve num matadouro? Qual foi a última vez em que viu uma galinha viva se transformar numa refeição? O que comemos costuma chegar à geladeira dentro de sacos plásticos. Fica fácil não pensar na vida que a sua comida levou. Você já tem tanta coisa para se preocupar, não é mesmo? Há uma turma, porém, que discorda. É uma pequena minoria, quase insignificante no Brasil, mas que tem um bom argumento. Se é imoral ou inaceitável matar e comer o seu melhor amigo canino, por que ser indiferente ao sofrimento e à morte da vaca e do frango? O movimento vegetariano usa a informação sobre o que decidimos ignorar para chocar e convencer. Há poucos dias recebi um e-mail do movimento No More Meat (chega de carne) com imagens de abatedouros ensanguentados, porcos num chiqueiro apertado, galinhas amontoadas, coisas assim. Era chocante, mas insuficiente para me convencer a virar vegetariano.

Concordo que os animais têm de ser criados e mortos da maneira mais humanitária possível. Mas não creio, como dizem os vegetarianos, que devamos estender aos animais os mesmos direitos que temos. Os animais podem ter algum tipo de sentimento e de inteligência, mas não têm valores morais, vivem apenas segundo seus instintos. Alguns direitos, que são uma invenção moral, são restritos aos seres humanos que os inventaram.

Sim, isso significa considerar o Homo sapiens superior aos demais animais. Há quem iguale essa minha opinião a um tipo de racismo, seria o “racismo” da espécie humana contra as demais. Posso viver com tal acusação. Solidariedade sinto pelos que realmente me são iguais.

Isso não quer dizer que não devamos melhorar os métodos de criação e abate de animais. Por razões econômicas (carne é cara e ficará cada vez mais), ambientais (consome muita água e energia) e de saúde (entope os seus vasos), todos deveríamos ser menos carnívoros. “Picanha só uma vez por semana” é o meu lema.

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Um cachorro é igual a um bebê?

Já houve quem considerasse que deficientes mentais fossem tratados como animais

Na segunda-feira passada, escrevi neste espaço em defesa da redução do consumo de carne (veja no site http://www.destakjornal.com.br). Mas, apesar de reconhecer que os animais têm direitos, disse que o respeito a tais direitos não seria suficiente para me fazer vegetariano.

Recebi muitas críticas de praticantes do vegetarianismo. Algumas muito irritadas. É normal que seja assim. Minorias ideológicas costumam defender suas ideias com muito afinco. É uma forma de compensar sua desvantagem numérica e tentar diminuí-la pela atração de novos adeptos.

Muitos dos argumentos utilizados pelos vegetarianos são nobres, em especial o que se apoia na proteção do ambiente, como faz o leitor Raphael Nunes, na carta publicada hoje (veja ao lado). Creio que, se um dia o vegetarianismo se tornar uma prática da maioria, terá sido principalmente pela necessidade de conter os males que a produção de carne em escala industrial causa à natureza. E também por razões econômicas: é mais eficiente alimentar as pessoas com grãos do que dá-los aos animais para que estes sirvam de refeição.

Alguns argumentos, porém, causam-me terror pelo que eles podem implicar. Uma leitora escreveu o seguinte: “Segundo você, os animais são inferiores a nós e vivem apenas instintivamente, por isso não deveriam ter os mesmos direitos que nós, seres humanos. Já pensou que a mesma ótica pode ser aplicada talvez a bebês humanos ou deficientes mentais?”.

Esse é um argumento já usado por alguns filósofos que defendem o vegetarianismo, como o americano Tom Regan. Muita gente diferencia humanos de animais argumentando que aqueles têm inteligência e valores morais, enquanto estes vivem apenas por instinto. Foi o que fiz eu. A resposta de Regan, assim como a da leitora, é apelar para bebês e deficientes mentais graves, que são humanos, mas não têm valores morais e são menos inteligentes que certos animais. Conclusão: se não podemos matar o bebê, também não podemos matar animais.

Tenho dúvidas se esse é um caminho que se deva seguir. A visão estabelecida de que um deficiente mental tem direito à vida vem do fato de que ele é um ser humano, membro de nossa espécie. Deixar de considerar essa característica pode ser perigoso. Já houve na história quem considerasse que pessoas com imperfeições graves deveriam ser tratadas como animais. Há maneiras mais seguras e eficientes de defender o vegetarianismo.


Fonte Destak


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