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Uma palavrinha do nosso “Deus” – como ser um cidadão perfeito


Antes de tudo seja objetivo, seja funcional, ponha uma meta material e lute por isso até a morte, independente se isso faz sentindo ou não.
Seja controlado, use a racionalidade, faça o que lhe dissermos.
Acumule bens materiais, quanto mais você ter melhor você será.
Siga uma religião, sem nosso Deus você não resistirá.
Sonhe com carros, casamento, casa, sapatos e ternos, afinal esses são os sonhos de uma pessoa normal.
Queira sempre está na moda, ser popular, assim você será alguém.
Lembre-se não existe emprego ruim, é uma questão de adaptação.
E engula nossos conceitos de moral, justiça e liberdade, essas são verdades absolutas.

Se acomode no seu grande e confortável sofá no domingo após um delicioso e sangrento churrasco e contemple nossa programação especial, fizemos esse lixo televisivo para você e apenas você.
Não se preocupe com sua obesidade e pressão alta, são naturais, todos tem, juro.
E se preocupe muito menos com as crianças da África e bilhões de animais mortos para saciarem sua gula, afinal Deus quis assim, você não tem nada a ver com isso.

Sabe aqueles ambientalistas, são todos uns babacas, o desmatamento que acontece na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal nada tem a ver com você, seu consumo de carne não ajuda em nada, acredite. E mesmo se ajudasse você não irá parar de comer, eu sei disso, eu te conheço.

E lembre-se, o mundo gira em torno de você, dizem que o egoísmo é uma coisa errada mas não acredite, afinal você vive assim, então como pode ser ruim?
Que há pobres, crianças e animais morrendo para sustentarem seu estilo de vida, pode ser que sim, mas você é tão torpe quanto nós, e nós queremos que eles se fodam, essa é a lei do mais forte.
Não olhe com esse ar de desprezo, você é tão perverso quanto nós apenas nunca olhou para dentro de si.
Ficou indignado???
Se ficou indignado, eu lhe digo: ou mude seus hábitos radicalmente ou admita que é um de nós, não há outra alternativa. E então o que vai ser???

Fonte: Psicopataxx

Religião? Qual a utilidade disso?

A conotação que se desprende de pequenas alegorias no ponto de vista temático socio-cultural, se insere em um contexto social abarcado pelo forte conceito maniqueísta das religiões. Os conceitos se inserem na mente das pessoas de uma forma gelatinosa, aderindo as suas personalidades, crenças, preconceitos, ideias formatadas de pessoas que não conseguem enxergar por detrás das velhas máscaras.

A maioria das religiões monoteístas ocidentais se baseia em um conceito escatológico, pregando fim de mundo, temeridade entre seus fiéis, louvor a um deus egoista, mesquinho e com sentimentos tão humanos que me lembra alguns “irmãos marista” que conheci em minha época de estudante naquela instituição. Essas religiões são sincréticas em sua maioria, em algum momento parte de uma cultura religiosa anterior foi agregada a essas religiões, ou mesmo copiada e adaptada para atender determinados fins, geralmente excusos.

Venho estudando e participando dos mais variados grupos religiosos e doutrinas desde que tinha 13 anos de idade, isso já remonta 30 anos de estudo. Não falo meramente de um ponto de vista de revolta ou meramente por falar. Falo com um grande conhecimento de causa. Já fiz parte da massa de católicos, budistas, rosacruzes, maçons, espiritas, evangélicos, seitas indianas, hare khrisna e afins. No entanto, após muitos anos de estudo, pesquisa e vivencia estou hoje nas fileiras do Agnosticismo, em real estado mental e intelectual preservado.

Percebi que em todos estes anos, a conversa era a mesma nestas comunidades religiosas, uma prática de trocas veladas em transmissão de dogmas, variando de estilos e ganhando algumas formas rebuscadas em outros. As propostas em geral são fracas, costuradas pelos dogmas e “leis divinas” mal explicadas e baseadas em um enfoque maniqueista, no entanto com um forte sistema de trocas como base central de apoio. No estilo: seja bom, pratique o jejum nas sextas-feiras de paixão, pague o dizímo, ouça atentamente a pregação de seu pastor/padre (e claro, siga ao pé da letra o que lhe falarem, principalmente os pastores), ou ainda a pior delas: aceitar jesus, simplesmente, com isso você estaria com o seu lugar no céu garantido.

Uma das coisas que mais me deixou irritado nesse processo religioso todo que vivenciei, foi a questão da pobreza da estorinha em questão, ou como quiserem, as palavras que estão escritas na biblia, que passarei a tratar daqui por diante de “livrinho de capa dura”.

Perceba que no antigo testamento apresenta-se a figura de um deus mediocre, vingativo, arrogante, indeciso, impiedoso, amante de guerras e sangue, adorador de sacrificios de animais e pessoas e extremamente carente e egoísta, pois precisa que as pessoas o fiquem adorando e louvando, dando a impressão que não tem muito o que fazer e precisa se sentir importante, apesar de toda a estorinha da criação. Um mero sentimento humano encerrado nas páginas do livrinho de capa dura. Quem quer que tenha escrito estas asneiras todas, deve ter impresso muito de sua personalidade junto com a estorinha que se desenrola nas páginas do livrinho de capa dura, talvez para deixar mais interessante, porque senão acredito que a maioria pegaria no sono sem essas aventuras miticas.

Então no decorrer dessa estorinha, percebe-se que no novo testamento vem um camaradinha que chamam de jesus, segundo o livrinho de capa dura, é o filho de deus, que veio para libertar o zé povinho, pois eles estavam ferrados desde que nossa amiga eva comeu aquela maldita maça e passou a mão na cobra do adão lá nos tempos do paraíso.

Ah, meus irmãos, então veio esse camaradinha jesus, para fazer as pazes com o próprio pai dele, que é deus e salvar os pobres coitados que estavam aqui, na danação do mundo carnal, vivendo em pecado e com um deus revoltado em suas cabeças, doido pra esticar o dedo e acabar com uma cidade inteira, mandar mais dilúvios, pedir mais sacrificios ou o que lhe desse na telha, pois como dissemos anteriormente, parece que esse nobre ser não tinha muito o que fazer e ficava ali só brincando com sua colônia de formigas.

Então no meio de todo esse caos celestial, apareceu a figurinha do barbudinho jesus, que veio aqui para salvar a galerinha, fazer as pazes com seu pai e morrer em uma cruz para salvar o mundo. Agora percebam a inconsistência da estorinha, como é que um pai abandona um filho em uma terra estranha, e ainda faz esse filho morrer em uma cruz só pra salvar pessoas que ele mesmo criou. O carinha é obrigado a passar por humilhações e sofrimentos, só para que o próprio pai deixe que ele salve as pessoas que ele mesmo criou. Ou esse deus é um tapado completo e criou seres altamente mediocres que não tinham sentido nenhum para ele, como uma grande colônia de formigas e ele estava apenas brincando com suas formiguinhas para se distrair e matar o tempo e depois de um longo tempo se entediou e precisou de mais um espetáculo como esse para se sentir mais vivo. Ou então esse camarada é um tremendo mesquinho e hipócrita que precisa mandar o próprio filho para dar a cara pra bater e ainda deixar o camarada lá abandonado a sua própria sorte, para então depois vê-lo morrer e dizer que a humanidade então foi perdoada.

Agora, vem a pergunta que me consome: perdoar de que? Se um deus criou alguns seres e se esse mesmo deus é dito onipotente, onisciente e onipresente, significa que mesmo antes de criar esses seres mediocres ele já saberia de antemão o que seriam essas coisas criadas. Não haveria novidades para ele, tudo já estaria previsto em seu plano de criação. No entanto, depois de ter criado essas mediocridades e aberrações, ele se entediou, ou viu que fez besteira, e resolveu começar a acabar com essa galerinha de alguma forma: dilúvios, guerras, pestes etc.

No sentido de fazer uma trégua com as aberrações, manda então seu único filho para ser torturado, humilhado e morto na cruz por essas aberrações. Sinceramente, não sei mesmo como é que tem gente que acredita nessa balela e ainda ficam aos milhares “aceitando jesus” pelas igrejinhas por ai a fora. Uma falta de imaginação tremenda para bolar essas estorinhas do livrinho de capa dura, por isso eu ainda prefiro assistir “Lost”.

Outra coisa muito interessante no âmbito religioso, é analisar pela temática da morte em si: veja que após a morte as pessoas tem algumas opções conforme seu cunho religioso. Elas podem ir para um céu, para um inferno, ficarem em um purgatório, podem reencarnar de novo, podem ficar lá de bobeira esperando o jesuis voltar e julgar a turminha ou simplesmente podem virar comida de vermes e minhocas. Perceba que todas essas propostas juntas trabalham no conceito da diminuição da população efetiva da terra, o que cresce é a galera do céu, do inferno, do purgatório – os que ficam ali enterrados esperando o jesuisinho também ficam fora de atividade, os únicos que ainda continuam por aqui, são efetivamente os que teriam que reencarnar. No entanto estes não aumentam a conta da população terrestre, pois são os mesmos que voltaram apenas.

Tomando por base as ideias explanadas até então, a grande questão é: se a grande maioria das pessoas que morre, falece, desencarna, bate as botas – vai pra outro lugar ou volta pra cá então alguém nos explique porque é que a população está sempre aumentando exponenciamente ao invés de diminuir ou estabilizar.

Não precisamos ir muito longe, vamos pegar do ano 1200 pra cá. Naquela época a quantidade de pessoas no mundo era muito menor. Hoje essa quantia é extraordinariamente maior, ora, se a massa de barro foi criada uma única vez, pergunto: de onde vem toda essa gente? E a galerinha que foi pro céu, pro inferno, tá lá vagandinho no purgatório – onde eles entraram nesses números?

Percebo que a medida que fui estudando, tomando consciência e abrindo minha mente não pude mais engolir essas estorinhas, elas não possuem densidade e nem inteligência. Fico admirado de como as pessoas ainda ficam nessa de aceitar jesus, apegarem-se no livrinho de capa dura para resolver suas vidinhas ou mesmo para usar como argumentos em alguma discussão.

Talvez lhe obriguem tanto a louvar e adorar o cara, porque como as fadas se vocês pararem de acreditar – talvez ele deixe de existir.

Fé? É apenas mais uma palavra criada para manipular, para forçar a ignorância, a letargia mental.

Por Elio Joly Botogoske.

Coisas do Bem.