Posts Tagged ‘Anti-Ética’

Anima nobili x Anima vili: nós, os senhores do universo e os outros animais, nossos escravos…

por Paula Brügger

Diversos autores1 têm demonstrado, de forma contundente, como são problemáticos os dados provenientes da vivissecção – a realização de operações ou estudos em animais vivos para a observação de determinados fenômenos. Sob o ponto de vista ético a vivissecção é ainda mais insustentável, embora seus praticantes insistam em defendê-la se valendo de argumentos que, em maior ou menor grau, são improcedentes2. O mais comum e tosco deles – repetido ad nauseam – geralmente se expressa na famosa pergunta: – se não testarmos em animais testaremos em pessoas, ou em criancinhas? (como se não existissem alternativas ou métodos substitutivos e como se os seres humanos não fizessem parte de etapa alguma da pesquisa, entre outras considerações). Continuar a ler

Abolicionismo Animal

Texto sobre Abolicionismo Animal feito para a apostila do 1° Educaveg – reunião de veganos, vegetarianos e onívoros de Assis e região, realizada pelo coletivo V.I.D.A. (Veículo de Intervenção pelo Direito Animal) em conjunto com a Fábrica da Leitura

Assim como o racismo afirma a superioridade de um grupo racial sobre outro, e o sexismo a superioridade de um sexo perante outro, o termo ESPECISMO significa julgarmos uma espécie superior a outra. Na escravidão animal, o especismo qualifica e justifica a exploração de animais não-humanos por animais humanos. Assim como os brancos tentaram impor-se sobre os negros (racismo), ou os homens sobre as mulheres (sexismo), hoje nós, humanos, tentamos nos impor sobre outras espécies de animais não-humanas. Tornando-as simples objetos e mercadorias, sem valor inerente, ou seja, o valor de suas vidas está diretamente relacionado ao uso que nós fazemos dela. Deixamos, portanto, de considerar o interesse desses animais em sua própria vida e liberdade. Continuar a ler

Propaganda, bem-estarismo e abolicionismo

Na quase totalidade dos casos, embalagens e propagandas de produtos de origem animal são representativas de um “romantismo rural”. Os métodos de criação ilustrados são aqueles que se praticavam a tempos passados ou em produções de pequena escala, sendo os animais, supostamente, “bem tratados” e mantidos com seus “comportamentos naturais”. O que se vende é a imagem de que os animais vivem e transformam-se em alimento humano, sem horrores ou traumas. Poderíamos até pensar que se trata, tão-somente, de um engano, porém, não é apenas isso. O cerne da questão: mente-se sobre a realidade, e essa mentira passa isenta de críticas.

Os animais são vistos como objetos, artigos de posse e usufruto humanos e, por isso mesmo, a criação de animais e a produção de alimentos com base neles não causa estranheza alguma por parte da maioria das pessoas. A despeito do que nós, abolicionistas, queremos, essa realidade parece estar longe de se alterar. Por mais que assim seja, deveríamos dentre outras coisas, exigir que, por objeção de consciência, em respeito à tão defendida verdade, ficassem proibidos os mascaramentos (e quem sabe com isso, mais e mais pessoas, tomando ciência da verdade, abolissem, pra começar, a carne do cardápio).

A alusão a uma realidade inexistente deveria não ser permitida. Todo produto de origem animal deveria trazer em sua embalagem imagens do real “processo de fabricação”. Elas deveriam exibir a verdade sobre a indústria da carne e derivados com fotografias reais dos criadouros e abatedouros. Ninguém merece ser protegido dessa verdade. As pessoas precisam saber o que está envolvido com o “inocente” hábito de consumir carne, leite, ovos e derivados que as tradições e ciências mantêm e impõem.

Mesmo os mais “sensíveis” consumidores de carne, desprovidos de coragem ou necessidade de matar pelas próprias mãos deveriam saber que suas escolhas “limpas de sangue” demandam que outras pessoas (quase sempre sem escolha) tenham que perder a compaixão, criar coragem, engolir o asco e sujar as mãos, em abatedouros, frigoríficos e açougues[1]. Aos “consumidores limpos” precisa ser repassado todos os ônus – econômicos, ambientais, sociais e éticos – da morte provocada de animais para servir de alimento a humanos.

No ano de 1996, foi promulgada a Lei Nº. 9.296, posteriormente modificada pela Lei Nº. 10.167, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4° do art. 220 da Constituição Federal[2]. Essas legislações se fizeram necessárias porque a realidade de até então era típica de uma “terra de ninguém” em que imperavam os interesses dos grandes fabricantes e comerciantes.

Pelo menos a situação dos produtos do tabaco mudou ostensivamente. As antigas propagandas de cigarro que exibiam modelos jovens, bonitos, bem-sucedidos, aventureiros e saudáveis, incentivando o consumo de cigarros como que pré-requisito para a obtenção de um estilo de vida invejável foram proibidas[3]. Percebeu-se a incoerência por trás dessas propagandas. Perfídia, deslealdade, falsidade, mentira, fraude, hipocrisia, fingimento, impostura, mascaramento, dissimulação, obnubilação: essas são palavras que nos servem para descrever aquela realidade.

Graças à lei, hoje, todos os produtos fumígeros devem trazer em suas embalagens, advertências do Ministério da Saúde. Os textos e as imagens são diversos e chocantes – porém verdadeiros. Os problemas relacionados com o tabagismo e comunicados são: necroses, gangrenas e amputações; câncer de pulmão e enfisema; derrame cerebral; doenças do coração; impotência sexual; aborto espontâneo; câncer de boca e perda de dentes; câncer de laringe; partos prematuros e nascimento de crianças com peso abaixo do normal; asma, pneumonia, sinusite e alergia em crianças que convivem com fumantes.

Com base nessa conquista para a verdade, o que podemos afirmar sobre as propagandas e embalagens de produtos animais atualmente em exibição e circulação? A semelhança não é nada forçada[4]. Do mesmo modo que anteriormente, pinta-se um quadro imaginário, mascara-se a realidade, vende-se uma ideia falseada: a das “vaquinhas felizes” em “campos floridos” que têm suas vidas drenadas de seus corpos de modo rápido e indolor. Quase se pode “ler” um altruísmo por parte dos animais, como se os mesmos se entregassem voluntariamente e de bom grado à “pira sacrificial” para a manutenção das “sagradas”, “indispensáveis” e “prioritárias” vidas humanas.

A maior e mais representativa meta dos veganos é o abolicionismo animal, a expansão da comunidade moral, a instauração do senciocentrismo em substituição ao antropocentrismo que impera (não igualitariamente em todos os lugares) há alguns séculos. Entretanto, nós, veganos, devemos reconhecer – infeliz, mas realisticamente – a impossibilidade de uma instalação imediata e irrestrita, e daí a necessidade de reconhecermos nossa luta como futurista, mas futurista no sentido de ‘que antecede’, ‘que apresenta o futuro’ e não no sentido que ‘delira e dita o impossível’. A luta vegana como denunciadora de uma realidade cruel e anunciadora de um novo mundo no qual há de haver novos modos de produzir, viver e conviver que se faz material e racionalmente, baseada em “planos” estratégicos.

Para dialogar com o exposto neste artigo, seguem algumas linhas escritas por Jean Pierre Verdaguer [5].

“Se houvesse tecnologia para entender o pensamento animal, e se com ela pudéssemos escutar o que diz um porco em sua baia minúscula, muito provavelmente ouviríamos ‘por favor, irmão, eu lhe imploro, trate de convencer os humanos de que não está certo o que fazem conosco’, numa súplica que nos indicaria claramente o caminho do abolicionismo.

Sendo honestos com o porco, teríamos que responder, ‘estamos fazendo todo o possível, mas os humanos não são fáceis de lidar, são séculos de hábitos arraigados para transcender. Continuaremos lutando pela abolição com todas nossas energias. Mas, por hora, o máximo que podemos fazer é aumentar o tamanho de seu cativeiro, melhorar suas condições de vida e amenizar os horrores da sua morte’.

Como será que ele reagiria? ‘Muito obrigado por seus esforços, todo alívio é bem-vindo! E tomara que consiga nos libertar no futuro’. Ou ‘muito obrigado, mas se não pode libertar a mim e aos meus, migalhas bem-estaristas jamais aceitaremos’.”

Assim como o abolicionismo humano no Brasil (Lei Áurea de 13 de maio de 1888), ocorrido de modo não-descolado de um complexo processo sócio-histórico (lembremos que a lei da abolição foi antecedida, no âmbito das conquistas legais, pelas leis do “Ventre Livre” – de 28 de setembro de 1871 – e dos “Sexagenários” – de 28 de setembro de 1885), devemos nos entender quanto a necessidade de se fazer presente um processo sólido que ligue a ponta inicial da defesa de animais domésticos e de companhia e das medidas de bem-estarismo (“lida gentil” e “abate humanitário”) à ponta mais vanguardista que responde pelo nome de abolicionismo e direitos animais.

Levar em consideração o exposto acima não é deixar corromper nossos ideais, é sim empenho na elaboração e execução de um planejamento capaz de instaurar o senciocentrismo, ainda que não imediatamente, mas sempre de modo firme. Nós, veganos, devemos revisar nossas alianças (e desalianças). A estrada abolicionista poderá ser pavimentada nas abertas (e por abrir) trilhas “protetoras” e “bem-estaristas”, afinal, é andando que se faz o caminho.

_____________________________________________________________________________________

NOTAS

[1] ZOCOLOTTO, A. M. A imposição da violência. Disponível em: <http://www.anda.jor.br/?p=29270&gt; ou em: <http://www.pensataanimal.net/artigos/142-allan-menegassi-zocolotto/345-a-imposicao-da-violencia&gt;.

[2] Lei Nº. 9.296 de 15 de julho de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9294.htm&gt;. Acesso em: 09 mar. 2010; Lei Nº. 10.167 de 27 de dezembro de 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10167.htm&gt;. Acesso em: 09 mar. 2010.

[3] MATTEDI, José Carlos. Fim da propaganda de cigarros foi fundamental para queda do consumo entre jovens, avalia pesquisador. Disponível em: <http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/01/28/materia.2007-01-28.0516028868/&gt;. Acesso em: 08 nov. 2009.

[4] Modelos jovens, bonitos e saudáveis também aparecem nas propagandas e embalagens de produtos de origem animal. A saúde é identificada, por esses recursos de marketing, com o consumo de produtos animais enquanto que, cada vez mais, parece vir se tornando unanimidade, entre médicos e nutricionistas, a informação de que a ingestão de gorduras animais é o que mais pode culminar em prejuízos à saúde humana.

[5] VERDAGUER, Jean Pierre. Abolicionismo: vanguarda utópica ou futurista. Disponível em: <http://www.anda.jor.br/?p=21068>. Acesso em: 09 mar. 2010.

Fonte: Vista-se

Comer carne é cultural

Sujeitar os animais a situações incrivelmente horrorosas usando como justificativas fatores “biológicos”, “evolutivos”, e “nutricionais” é tão válido cientificamente quanto os argumentos que justificaram por séculos (e ainda persistem em alguns lugares) a escravidão dos negros, a perseguição aos judeus, a descriminação das mulheres, a proibição religiosa da doação de órgãos, medula, transfusão de sangue, métodos contraceptivos, etc…

Comer carne é cultural. Dá ao ser humano, que antes era limitado ao branco, europeu, rico (tudo no masculino), a sensação de controlar as outras espécies que compartilham a vida neste planeta. A mesma sensação que sustenta os fanatismos religiosos, a opressão de regimes absolutistas e surtos de histeria coletiva que acabam em manchetes sangrentas e escandalosas no nosso dia-a-dia de banalização moral.

O corpo humano foi desenvolvido para alimentar-se de praticamente tudo que existe no planeta. Isso é adaptação. Significa que se um ser humano precisar matar e alimentar-se de outro para sobreviver, será possível. Possível, não necessário. Em certas culturas isso é cotidiano. Tem sentido próprio e reconhece que a fisiologia humana é muito mais adaptada a dietas vegetarianas (faça a comparação entre as mandíbulas, intestinos, PH estomacal, mãos, faro, glândulas digestoras e hábitos sociais de um leão e de um cavalo).

Comer carne não se limita a comer carne. Seria como concordar com as profecias bíblicas que condenam 90% dos costumes ocidentais e sair por aí matando em nome de Deus, dizendo que não se trata de assassinato, mas de “fé”.

Aliás, deixar de comer carne também é cultural. Em grande parte dos lugares onde não existe o hábito de alimentar-se de animais mortos (ou vivos), existe um surpreendente teor de consciência ecológica e respeito à vida. Em outros lugares, como é o caso do Brasil (o maior exportador de carne de todo o mundo), vai ser difícil alcançar esse nível, mas ele não é necessário, porque a outra parte de não comer carne trata-se mais de inteligência do que de cultura.

Enquanto ficamos por aí debatendo sobre a reforma agrária, as invasões do MST, o latifundiarismo, a miséria, a fome, a subnutrição, a devastação das florestas, as queimadas, a concentração de renda, a capitalização internacional de riquezas e o descaso com o meio ambiente, esquecemos de que o consumo de carne está por trás disso

A população bovina no Brasil (cerca de 200mi) é maior que a população humana (cerca de 190mi), isso sem contar as aves, suínos e caprinos “cultivados” para corte. Os cereais usados para alimentar este rebanho colossal seria mais do que suficiente para alimentar a população humana da América Latina. Os pastos usados tanto na criação de gado de corte quanto no cultivo agrícola para alimentá-los seriam mais do que o necessário para garantir que todo brasileiro tivesse um pedaço considerável de terra para morar – ou continuariam a exercer seu vital papel no equilíbrio ambiental do planeta como florestas tropicais.

Da água doce que se encontra disponível para uso do ser humano no planeta (menos de 0,03% da água superficial da Terra), 80% é usada para fins agrícolas. Escovar os dentes com a torneira aberta não é nada, nada mesmo, comparado a comer carne.

Comer carne é cultural. E reflete a cultura de um povo que pensa a curto prazo, usando indiscriminadamente recursos naturais, condenando o futuro e falsificando consciência sustentável, revelando-se completamente egoísta, alheio às necessidades das pessoas ao redor.

A violência é cultural. Animais que se alimentam de carne são violentos, territorialistas, hostis ao convívio próximo de outras espécies. Ou dominam ou são dominados. A sobrevivência dos animais carnívoros depende disso. A sobrevivência do ser humano não!

Como esperar que um povo compreenda o absurdo de condenar milhões de vidas inocentes à dor e sofrimento? É cultural. Soa cármico. Em algum lugar deve estar escrito, sob assinatura de forças divinas, que quem não tem dinheiro (e isso inclui animais humanos e não-humanos) nasceu fadado e condenado à gula mercenária desse estranho animal que mata e deixa morrer por prazer.

Luis Felipe Valle
Abril de 2010

Carnismo: um sistema ideológico
Um dos conceitos chaves do movimento de direitos animais é o especismo, ou seja, o mito criado pelos humanos que os faz crer que sua espécie é superior a todas as outras. O termo foi criado pelo filósofo britânico Tom Regan e é amplamente difundido hoje.
Agora a escritora e psicóloga americana Dra. Melanie Joy (foto) propõe um novo termo, que ela chamou de carnismo, como mais um instrumento de análise e desconstrução do sistema ideológico que cria a ilusão de que o hábito de comer carne é o estado natural da dieta humana.
Em seu livro Why We Love Dogs, Eat Pigs, and Wear Cows: An Introduction to Carnism (Porque Nós Amamos Cães, Comemos Porcos e Vestimos Vacas: Uma Introdução ao Carnismo), a doutora Melanie argumenta que o consumo de produtos animais é uma sistema de crença invisível continuamente reforçado por muitas sociedades ocidentais e por isso “carnismo” – a prática quase inconsciente de comer carne – não é parte do vocabulário como o vegetarianismo é. A escolha de comer carne não é rotulada em nossa sociedade, portanto ela passa sem questionamento. Em seu livro, Melanie tenta explicar não porque nós não deveríamos comer carne, mas sim porque nós o fazemos.
“O carnismo nos ensina a não sentir quando se trata de comer os animais que consumimos”, ela diz em seu livro. “Nosso modo natural de responder aos outros animais parece ser baseado em empatia. Sociedades que comem carne em todo o mundo escolhem algumas espécies e consideram repelente a idéia de comer outras. Isso porque o carnismo bloqueia nossa consciência e empatia quando se trata de espécies que consideramos comestíveis.”
Em uma recente entrevista ao blog SuperVegan, a doutora Melanie disse que “carnismo é uma sub-ideologia do especismo, assim como anti-semitismo, por exemplo, é uma subideologia do racismo. É importante nomear e entender ideologias específicas porque embora todas provenham de uma ideologia mais ampla, elas têm algumas características distintas que devem ser entendidas e abordadas diretamente.”
A autora diz que escreveu seu livro para os carnistas “porque ela queria ter um livro que falasse com comedores de carne e não fosse apenas sobre a realidade da produção de carne, sobre o qual já existem muitos títulos”. Ela acrescenta que quis convidar os comedores de carne para o debate e explicar para eles porque eles comem carne.
Ela se defende dos críticos que dizem que o termo especista já engloba o que ela chama de carnismo e que a criação de um novo termo seria uma distração desnecessária. “Considere, por exemplo, como o patriarquismo influencia o heterossexismo mas que no entanto o heterossexismo tem características específicas que fazem dele uma expressão única do patriarquismo. Como o consumo de carne causa mais sofrimento animal do que todas as outras formas de exploração animal juntas, faz sentido focar no carnismo como uma ideologia separada do, porém conectada ao, especismo.”
A doutora Melanie acrescenta que uma diferença fundamental entre especismo e carnismo é que o carnismo é uma expressão altamente pessoal do especismo. “Incorporar animais não humanos no nosso corpo é, em geral, o contato mais freqüente e íntimo que os humanos têm com outras espécies. Comer animais, portanto, determina como pensamos sobre, e nos relacionamos com, outros seres. Como podemos imaginar qualquer tipo de igualdade entre as espécies se continuarmos a comer animais simplesmente porque gostamos do seu sabor?”
Os argumentos da doutora Melanie formam um sistema convincente para os pensadores do veganismo e ativistas em geral. É importante ver que todas as formas de exploração são facilitadas pelos mesmos mecanismos e um reforça o outro. A mentalidade que coloca o sistema reprodutivo feminino nas mãos do legislativo e que moldou uma “cultura de estupro” onde misóginos como Eminem são celebrados não é tão diferente da mentalidade que legitimiza o confinamento de milhões de suínas onde elas são engravidadas a força ao longo de suas vidas simplesmente para que seus filhos se tornem, por exemplo, a cobertura de uma pizza de pepperoni.

Referências:

Website da doutora Melanie Joy: http://www.melaniejoy.org
Bitch Magazine: http://bitchmagazine.org/post/the-biotic-woman-a-conversation-about-carnism-with-melanie-joy-pt-1
SuperVegan: http://supervegan.com/blog/entry.php?id=1464
Grupo no Facebook: http://www.facebook.com/group.php?gid=174553683955&amp;ref=share&amp;v=info

Video promocional do livro:

Mobilização mundial contra a Vivissecção

No sábado, 24 de abril de 2010 ativistas de todo o país, assim como muitos do exterior, se reunirão em Londres para marcar o Dia Mundial de Animais em Laboratórios.

ANIMAL Nota: No ano passado, e por acreditar que ter um dia *do* Animal de Laboratório não soava bem e não era justo, um grupo de Organizações e Coligações de Organizações Europeias, onde a ANIMAL se inclui, acordou que o dia passaria a chamar-se “Dia Contra o Uso de Animais em Laboratórios”.


O ConsciênciaVeg com a participação dos grupos Ativeg e Holocausto Animal e com o apoio da ANDA (Agência de Notícias do Direito Animal), do Instituto Nina Rosa e da Sociedade Vegetariana Brasileira realizará uma manifestação pelo fim do emprego de animais para fins acadêmicos, científicos ou industriais.
Desta forma, simultaneamente a diversos países por todo o mundo, os ativistas brasileiros emprestarão sua voz para os que não tem voz nem vez.
Convidamos a todos para que compareçam e unam suas forças por esta causa.
Nós somos a diferença!
Fonte: AtiVeg



25 de Abril,  Domingo, às 10h00, na Av. Paulista (em frente ao MASP).











Condado de Albany, NY

Manifestantes protestam contra testes em animais nos Estados Unidos

No condado de  Albany, Nova York, Estados Unidos, um grupo protestou pelos direitos animais no sábado, 17, chamando a atenção para a realização de testes em animais no Albany Medical Center.
Grupo pediu o fim dos testes em animais (Foto: Fox 23 News)
O grupo, Adirondack Animal Rights, diz que milhões de animais são mortos todos os anos em laboratórios de pesquisa.
Eles acreditam que existem formas alternativas ao teste em animais, inclusive modelos matemáticos.
A Albany Med diz que continuará a realizar os testes em animais, dizendo que a prática leva à melhorias no trato de doenças, e que 99% dos testes são feitos em camundongos e ratos.


Com informações de Fox 23 News

Nota da Redação: Não existe justificativa para a realização de testes em animais. A tecnologia existe, e seria bem mais desenvolvida se os cientistas não estivessem se prendendo a realizar testes em animais, que são seres sencientes, e sofrem como nós.
Logo da ANDA » Agência de Notícias de Direitos Animais



Tweet This, NASA

BOICOTE o 8º Rodeio Nacional Cidade de Porto Alegre

4º Rodeio Internacional
8º Rodeio Nacional Cidade de Porto Alegre
6ª Fepoagro – Feira Agropecuária da Produção
Primária em Porto Alegre
1º Fórum Latino Americano de Tradição e Folclore

“Em Parque aberto ao público, os eventos trazem para a Capital uma das mais importantes representações da cultura gaúcha, que é o rodeio, com todas atividades esportivas, musicais e folclóricas que o acompanham. Trazem ainda uma mostra das atividades da área econômica rural de Porto Alegre, bem como do desenvolvimento do agronegócio gaúcho, pouco conhecido pela população urbana.

Destaque especial para Tiro de Laço, Gineteadas, Modalidades Artísticas, Shows e Bailes, que se realizarão dentro do Rodeio. O Rio Grande do Sul é um grande produtor de animais para esta modalidade esportiva e tem atletas de renome internacional. Estas provas atraem um público diferenciado ao Parque e possibilitam ao grande público o acesso às provas.

DATA
De 25 à 29 de março de 2009.

O LOCAL
Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, no centro de Porto Alegre, também conhecido como Parque da Harmonia, possui excelente estrutura, cancha para provas campeiras, área para acampamento, Centro Cultural com acomodação para 5 mil pessoas que pode ser usado para shows e palestras, galpões para a exposição de animais ou montagem dos estandes, redes elétrica, hidráulica e telefônica”.

via Carne Nunca Mais.

Questão de pele e de evolução

Os livros de História da moda dizem que o homem se cobriu por um (ou dois, ou todos) desses três motivos:

– para se proteger da natureza (frios, tempestades, ventanias)

– por pudor (Alô, Adão e Eva!)

– para se enfeitar

Por que eu contei isso? Bom, porque eu queria falar sobre os casacos, saias, acessórios de pele que pipocaram pelas últimas semanas de moda internacionais.

Inverno 2010 de: (1) Louise Gray; (2) Isaac Mizrahi; (3) J. Mendel; (4)Erin Wasson x RVCA; (5) Cynthia Steffe; (6) Alexandre Herchcovitch; (7) Ralph Lauren; (8) Jason Wu

Inverno 2010 de: (1) Louise Gray; (2) Isaac Mizrahi; (3) J. Mendel; (4)Erin Wasson x RVCA; (5) Cynthia Steffe; (6) Alexandre Herchcovitch; (7) Ralph Lauren; (8) Jason Wu

Falar sobre casacos de pele é sempre um problema. A discussão acaba  girando em torno dos pobres bichinhos sendo sacrificados e a gente nem para pra pensar se existe realmente um sentido em usar a “superfície” de alguém para se cobrir e/ou enfeitar.

A verdade é que o uso da pele como vestimenta aconteceu lá na Pré-História. Diz que na sequência evolutiva da moda, primeiro o pessoal usou folhas e, depois, a pele dos animais. O couro veio mais tarde ainda!! As primeiras vítimas “fashion” foram os ursos e as renas. Acreditem ou não, a pele era mastigada para ficar macia e ser usada mais dignamente como casaco.  Quando os “fashionistas/homem das cavernas” ficaram mais espertinhos, os oléos e as gorduras de animal substituíram os dentes e a saliva (ecaa) na hora do amaciamento… O óleo também servia para deixar o mimo impermeável. Como não tinha costura, para “juntar” uma pele com outra, eram usadas as garras dos animais, fios de crina de cavalo e (pasmem) tendões. Continuar a ler

Caça à baleia cria efeito de estufa

Caça à baleia cria efeito de estufa

Cientistas estimam que impacto do CO2 libertado em 100 anos equivale a 130 mil km de florestas destruídas.

Ao longos do último século, a caça à baleia resultou na libertação de uma quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera equivalente à destruição de 130 mil quilómetros quadrados de florestas.

A afirmação foi feita na passada quinta-feira por Andrew Pershing, um especialista norte-americano que trabalhou vários anos com uma equipa da Universidade de Maine para calcular a “pegada” de CO2 de décadas de caça industrial aos grandes cetáceos no último século.

Num encontro de ciências oceânicas, promovido pela Sociedade Norte-Americana de Geofísica, a equipa de Pershing comparou as baleias às “árvores do oceano”, devido às quantidades de CO2 acumuladas nos seus grandes corpos. Quantidades que, segundo os investigadores, eram libertadas quando os baleeiros desmanchavam os animais à superfície.

“As baleias, como qualquer outro animal ou planta do planeta, são compostas numa grande percentagem de dióxido de carbono. E quando se mata uma baleia, removendo-a do oceano, está-se a retirar o CO2 do seu sistema de armazenamento e possivelmente a libertá-lo na atmosfera”, disse o principal responsável pelo estudo.

Por outro lado, lembraram os investigadores, no passado era frequente o recurso ao óleo de baleia como combustível para as lamparinas, o que terá também potenciado a libertação de gases de efeito de estufa na atmosfera.

Em circunstâncias normais, defendeu Andrew Pershing, o CO2 contido nos corpos das baleias conserva-se por centenas ou milhares de anos nos oceanos. Estes animais são enormes, são predadores de topo, por isso a menos que sejam capturados, o mais provável é que [após a morte] deixem a sua biomassa no fundo do Oceano”, explicou.

As conclusões deste estudo foram recebidas com alguma cautela. Mesmo por especialistas ligados a organizações defensoras da natureza. Em declarações ao site noticioso russo Ria Novotsku, Vasily Spiridonov, consultor do programa para os Oceanos do World Wildlife Fund (WWF) relativizou o peso da captura de cetáceos nas alterações climáticas.

“É óbvio que a quebra dramática nas populações de baleias alterou significativamente os ecossistemas oceânicos”, admitiu. “No entanto, não creio que a caça à baleia tenha tido impacto significativo nos níveis de dióxido de carbono da atmosfera da Terra.”

Os autores do estudo reconheceram que, por comparação com outras actividades industriais desenvolvidas pelo homem, a caça à baleia teve uma expressão relativamente pequena. Porém, insistiram que o seu impacto não deve ser desvalorizado. Até por se tratar, porventura, de uma das primeiras actividades humanas com estas consequências.

Com várias espécies de baleias à beira da extinção, a Comissão Baleeira Internacional (IWC) introduziu uma moratória à caça, em 1986, de forma a permitir a recuperação das populações destes cetáceos.

Porém, pelos menos nove países são responsáveis por centenas de capturas anuais: as elhas Féroe, a Gronelândia, a Islândia, a Indonésia,a Noruega, o Japão, o Canadá, a Rússia e os Estados Unidos. Em parte destes países a pesca é justificada com tradições de grupos minoritários, enquanto noutros (como o Japão) o pretexto é a pesquisa científica.

via Caça à baleia cria efeito de estufa – Ciência – DN.

ONG Australiana denuncia criadores de cães

A organização de direitos animaisAnimal Liberation Victoria, que atua na Austrália, conseguiu chamar a atenção da mídia para as condições aberrantes em que cães são criados pela família Paxton em Beremboke para depois serem vendidos em pet shops. O resultado é que, com exceção de cinco cães, todos foram removidos do local, graças a uma ordem emitida pelo tribunal civil e administrativo de Victoria.

Segundo um artigo no jornal Geelong Advertiser, os animais foram encontrados acorrentados sem acesso a abrigo e comida, cobertos em fezes e alguns mortos. Nesses casos, seus corpos apodreciam no lugar onde haviam morrido. A publicação se juntou a campanha e pediu o fechamento desse campo de concentração de cães . O parlamentar John Brumby adicionou sua voz à campanha.

Comentário: esse episódio ilustra mais uma vez que nossos governos fecham os olhos para a ética ao permitir que esses ‘exploradores da vida’ continuem atuando. Em um mundo com uma superpopulação de animais ditos domésticos, é escandaloso que se permita a reprodução artificial de animais que inevitavelmente irão se juntar aos exércitos de animais abandonados nas ruas.

Fonte: ALF

via LOBO REPÓRTER

A enguia bebé que vale ouro

A enguia bebé que vale ouro

A pesca ilegal de juvenis está a ameaçar a sobrevivência da enguia nos rios portugueses. As capturas só são permitidas no rio Minho, mas a tentação do lucro é enorme: o meixão, como é conhecida a enguia bebé, chega a custar mais de mil euros o quilograma nos restaurantes espanhóis.

Para os espanhóis é uma iguaria de luxo. Em alguns países asiáticos também. Em Portugal, o meixão ou angula (juvenil da enguia) não consta habitualmente nos cardápios dos restaurantes, mas é capturado ilegalmente ao longo de quase toda a costa para exportação: um negócio que rende milhares de euros, mas que coloca em perigo a tão cobiçada enguia.
“A enguia-de-vidro (meixão) é muito apreciada na região de Espanha. Daí ter de existir captura suficiente para servir os imensos restaurantes e o apetite voraz em relação ao petisco que eles fazem com a angula”, disse ao DN José Eduardo Rebelo, doutorado em Biologia e docente na Universidade de Aveiro.
Embora a pesca do meixão tenha sido proibida em 2000, em todos os rios à excepção do Minho, a GNR apreende regularmente, em acções de fiscalização, dezenas de quilos de meixão pescado ilegalmente nos rios portugueses. Para capturar o juvenil da enguia, os pescadores usam redes idênticas às mosquiteiras, que não deixam escapar praticamente nenhum peixe. É que o petisco chega a ser vendido a 500 euros o quilograma. E nos restaurantes pode atingir os mil euros.

O meixão tem a forma típica da enguia, mas o corpo é transparente e bastante mais pequeno (mede entre 4 e 5 centímetros). Nasce no mar dos Sargaços (no meio do Atlântico) e viaja depois até aos rios europeus. Isto porque, no Outono, as enguias adultas partem dos rios para o mar dos Sargaços, onde desovam a profundidades elevadas.

“Quando atinge a área da postura, a fêmea faz a desova, o macho faz a postura dos espermatozóides e com o esforço ambos morrem”, explica José Rebelo. Cada fêmea faz a postura de milhões de ovos.

Após subirem à superfície, as larvas da enguia começam a ser arrastadas pela corrente quente do golfo do México até às costas europeias. “Fazem uma viagem de aproximadamente dois anos até chegar ao rio: nessa viagem, 80% das enguias de vidro morrem”, conta o biólogo.

Das sobreviventes, poucas resistem às adversidades do novo meio. “Dos 20% que sobrevivem, cerca de 80% morrem: a mortalidade natural é muito grande devido à necessidade de adaptação às condições do novo meio e grande parte morre também devido à influência do homem, que a apanha.”
Durante a migração, a enguia-de-vidro não se alimenta e a viagem até à costa europeia é feita à deriva. Só após essa longa viagem, que chega a atingir os 7500 quilómetros, é que a angula começa a ter capacidade autónoma de movimentação.

É também nessa fase, quando o meixão chega aos rios, que o homem comete o infanticídio da enguia. É que o meixão capturado, além de já não entrar na cadeia alimentar dos outros peixes, não atinge o estado adulto e jamais regressará ao mar dos Sargaços para desovar. A sobrepesca dos juvenis aparece assim como uma das principais ameaças à continuidade da espécie.

Ao chegar aos rios, os juvenis da enguia penetram até às zonas limpas, onde ficam durante 7 a 15 anos, até regressarem ao mar dos Sargaços, já adultos, para reproduzirem. Nenhuma enguia regressa.

Alertando para a complexidade do ciclo de vida da espécie, José Rebelo refere que “é necessário ter em conta que a enguia só se reproduz uma vez na vida, que é uma espécie migratória catádroma, o que implica grandes adaptações fisiológicas (passa da água salgada para água doce e da água doce para água salgada) e que passa muito tempo como enguia-de-vidro (meixão), sendo muito apreciada nessa fase”. E deixa o aviso: “Uma pesca desmesurada às larvas da enguia pode ter como consequência a extinção da espécie.”

via DN.